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Trilogia: Larga essa chupeta, moleque! - Parte 2 - O tio aplicado.

  • Foto do escritor: Maria Gisele Knust
    Maria Gisele Knust
  • 23 de jun. de 2015
  • 2 min de leitura

Tio: J. Key, você está muito grande para ainda chupar chupeta. Vamos combinar uma coisa. Eu te compro um carrinho e você me entrega esta chupeta. Que tal?

J. Key: Combinado.

Dois dias depois.

Tio: Oi, J. Key. Nosso trato ainda está de pé?

J. Key: Sim.

Tio: Então aqui está o seu carrinho.

J. Key feliz entrega a chupeta e vai brincar com o carrinho novo.

Em casa, ao anoitecer.

J. Key: Mãe, posso fazer uma oração?

A. Key (desconfiada): Claro meu querido.

Ajoelham-se.

J. Key: Senhor, tem umas coisas que eu faço, que eu não sei o porquê? Todo mundo que pede a minha chupeta eu entrego, senhor. Mas depois eu me arrependo muito, muito, muito. Eu não sei por que eu faço isso. E eu fico muito triste. Eu queria pedir a minha chupeta novamente. Eu entreguei pro meu tio. Esse carrinho aqui é muito legal. Mas eu estou com muita saudade da minha chupeta. Então se o senhor puder mandar de volta novamente eu agradeço. Amém!

Abre os olhos, certo de ver a chupeta novamente.

Não vê.

Decepciona-se.

A. Key: O que foi, filho?

J. Key: Eu acho que Deus já foi dormir, mamãe.

A. Key: Filho, claro que não. Só por que o que você pediu não aconteceu imediatamente, você acha que Deus está dormindo? Nem sempre nós conseguimos as coisas quando desejamos. As vezes não estamos preparados. Às vezes não está na hora, sabe. Mas, isto não significa que Deus esteja dormindo. Ele nos ouve e nos responde sempre na hora certa, entendeu?

J. Key (chateado): Mas, eu preciso dormir sem chupeta pra chegar a hora certa?

Chora um pouco.

A. Key: Vamos fazer o seguinte, vamos esperar. Quem sabe o que ainda vai acontecer esta noite, né?

Tempo.

Na sala.

A. Key: Filho, você pode pegar água pra mim? Eu estou com muita sede.

J. Key: Não posso! Eu ainda estou triste.

F. Bueller Key: Puxa, meu filho. Pega água pra mamãe. Deus se agrada de crianças obedientes. Quem sabe assim ele não ouça sua oração.

J. Key caminha até a cozinha, desanimado.

Quando chega na porta, percebe a chupeta em cima da mesa.

Entra diligente na cozinha.

Abre a geladeira.

Pega a garrafinha de água da mãe.

Caminha até a sala, apreensivo.

Entrega a garrafinha pra mãe.

J. Key: Mãe (pausa longa), você precisa ver uma coisa.

Caminham juntos até a cozinha.

Ele aponta pra chupeta em cima da mesa e cochicha.

J. Key: Mãe, ele ouviu! Ele trouxe minha chupeta. Será que ele está aqui ainda?

A. Key (baixinho): Acho que não.

J. Key (receoso): Já posso pegar?

A. Key: Sim.

Ele entra temeroso na cozinha, pega a chupeta, põe na boca como se degustasse a melhor das iguarias.

J. Key (ainda baixinho, olha pra cima): Obrigado.

Dorme aconchegado com a chupeta, com leve risinho de agradecimento no rosto.

FIM

Trilogia: Larga essa chupeta, moleque!

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