E se não existissem aviões?
- Maria Gisele Knust
- 8 de jul. de 2015
- 1 min de leitura
Julho de 2014.
J. Key: Mãe, me ajuda com esse quedra-cabeça?
A. Key: Espera um pouquinho, filho? Agora eu não posso.
J. Key: Posso pedir ajuda para a Dinda Meredith?
A. Key: Pode!
Por telefone.
J. Key: Dinda, você pode vir me ajudar com um quebra-cabeça?
Dinda Meredith: Posso!
Seis minutos mais tarde.
Dinda Meredith: Quem terminar primeiro esta parte ganha um picolé, fechado?
Janeiro de 2015.
Se despedindo da Dinda Meredith, na porta de casa.
J. Key: Quando você virá denovo? Terça ou quinta?
Dinda Meredith: Terça.
J. Key: Vamos brincar do que?
Dinda Meredith: Futebol e assistir um filme.
J. Key: Com pipoca?
Dinda Meredith: E chocolate!
J. Key: Oba!
Despedem-se.
Julho de 2015.
Por telefone.
Dinda Meredith: Chego na sua casa em seis meses, me espera?
J. Key: Quando é em seis meses? É amanhã?
Dinda Meredith: Não. É mais longe.
J. Key: Então, pega um avião.
Dinda Meredith (sorindo): Eu pegarei, mas em seis meses.
J. Key: Pega hoje! Chega nos seis meses e depois vem aqui pra casa.
Ontem.
J. Key: Mãe, e se não existissem aviões?
A. Key: Bem, seria difícil de encontrar as pessoas que a gente gosta, né?
J. Key: Não, mãe! Ninguém iria embora. E ninguém iria chorar. Porque todo mundo iria ficar onde está.
FIM
Um lugar seco pode ser sinal que precisa ser habitado, não abandonado.

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