Borboletas e tesouros
- Maria Gisele Knust
- 2 de set. de 2015
- 1 min de leitura
O Vinícius escreve.
A Partimpim canta.
A Borboleta encanta.
Brancas, azuis, amarelas e pretas.
Brincam na luz.
As belas borboletas.
Papagaio: Eu repito tudo.
Golfinho: Eu imito tudo.
Cachorrinho: Eu obedeço tudo.
Borboleta: Eu sei de tudo. Sabia mamãe?
Mãe da Borboleta: Sabia! Então sai da cozinha, e me ensina.
Borboleta voa colorida até o quarto.
Borboleta: Mamãe, isto é um beijinho, isto é um docinho e isto é um tesouro.
Mãe da Borboleta: Não, meu anjo. Você se confundiu. Isto é uma te-sou-ra.
Borboleta: Não, mamãe. É um te-sou-ro!
Mãe da Borboleta (rindo ingenuamente): Tesoura, meu anjo. Pra cortar o cabelinho. Tesoura.
Borboleta (insistente e teimosa): Tesouro, mamãe. Te-sou-ro!
Mãe da Borboleta: Quem te ensinou o contrário?
Borboleta: E quem te fez esquecer?
Mãe da Borboleta (assustada): Esquecer? O quê?
Borboleta: De quando era uma lagartinha, mamãe. Cresceu e ficou esquecidinha. Crescer pode. Esquecer não, mamãe. Esquecer não pode.
A mãe da Borboleta chora.
Chora por que cresceu.
Chora por que esqueceu.
Esqueceu-se de quando era criança, e as palavras dançavam em sua pança.
Dançavam em sopa de letrinhas.
E tudo virava poesia.
Onde tesouras viravam tesouros.
Abriam casulos e davam contornos.
Borboleta: Não chora mamãe. Eu ainda posso te ensinar. Só presta muita atenção, e não deixa mais nada escapar.
Brancas, azuis, amarelas e pretas.
Brincam na luz.
As belas borboletas.
FIM






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