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Dois em Um

  • Foto do escritor: Maria Gisele Knust
    Maria Gisele Knust
  • 19 de jul. de 2018
  • 1 min de leitura

Quem tem um bebê tem um filho com data de início e de fim Porque ele se transformará em você se transformará em mim Para crescer tem que esquecer É o que a ciência nos faz crer Quando o bebê vem para nossos braços ainda não sabemos É quando ele faz seis anos que percebemos Onde foram parar os primeiros passinhos? Sabia que você babava muito quando saiu o primeiro dentinho? Sorriso frouxo Idade pouca Inocência máxima O bebê navega no sofá e voa na praça Acredita que mãe é o seu nome Tem medo de lobisomem A mãe com um bebê constrói memórias que mais tarde só ela vai ter Vai do dia que o bebê nasce até a sua memória morrer Morre bem de mansinho E dá lugar a um novo filhinho Esse que nasce com seis anos e tem a vida toda pela frente Esse que vai lembrar da gente Sorriso pouco Idade muita Inocência inexistente Foge da gente Senta no sofá bem firme Sabe que lobisomem não existe Tem memória de quando o castigávamos para fazer o dever da escola Esqueceu-se de quando o embalávamos a qualquer hora Com seis anos nosso bebê vai embora Segue para o céu da memória A memória da mãe que um dia teve um bebê com data de início e de fim Porque ele se transformou em você se transformou em mim

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